TE CUIDA,IRMÃO

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NOSSOS PECADORES EMPEDERNIDOS II

                                                                 
                                                                                   FÁBIO SHIVA

Fabio Shiva é um músico, poeta e compositor soteropolitano. Aos 12 anos teve sua iniciação literária com a publicação do poema “Terra” na Antologia Poética de Cidades Brasileiras (Ed. Xogum Arte). No Rio de Janeiro, fundou a banda ‘cult’ Imago Mortis, gravando três CDs aclamados pela imprensa especializada nacional e lançados com igual recepção no underground internacional. Atuou como baixista e compositor também na banda carioca O Plano. De volta à Bahia, assume o baixo dos Mensageiros do Vento (http://www.mensageirosdovento.com.br). Como alguns de seus escritores favoritos, exerceu diversas outras profissões: camelô, body piercer, analista de RH, corretor imobiliário, diagramador, produtor cultural, secretário social. Fundou o blog Comunidade Resenhas Literárias, que já fez circular mais de 1.500 livros pelo país. É facilitador da Oficina de Violão na Casa da Música (Funceb), na  APABB (Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Deficiência do Banco do Brasil) e na Escola Municipal Anjos de Rua (Baixa do Tubo). Já ministrou também a oficina de Meditação para Crianças no Instituto Kirimurê e na Casa da Música. As duas oficinas estão sendo transformados em livros. Escreveu o romance policial O SINCRONICÍDIO. Em parceria com Fabricio Barretto, escreveu o livro de literatura/filosofia MANIFESTO – Mensageiros do Vento. Mantém quatro blogs de poesia, cada um dedicado a um estilo lírico diferente. Vem atuando como Produtor Cultural em diversos eventos.

Fabio Shiva: ( fabioshiva@gmail.com


AMOR, ETERNO RETORNO
Conto de Fabio Shiva

Esta carta, Fernando, é uma última tentativa. E por pouco nem a última seria. Confesso que quase atirei a caneta pela janela, contra esse entardecer de Paris que aprendi a amar ao seu lado e hoje só me faz lembrar você. Se eu jogasse a caneta com bastante força, talvez fosse parar no fundo do Sena, tornando impossível, ao menos pelo momento, a dura tarefa de escrever estas palavras.
Por que tudo entre nós precisa ser tão difícil, meu amor? Não vê que quando eu estou ao seu lado você é capaz de conquistar o mundo? Não é o que tem acontecido recentemente, pelo que tenho ouvido. Mas pode voltar a ser assim, Fernando. Só depende de você.
É claro que não defenestrei a caneta. Não poderia fazer isso com um presente seu. Está vendo como eu presto atenção no que você diz? Aprendi com você o significado da palavra defenestrar. Eu bem que pensava que era outra coisa... você sabe o quê.
A caneta é aquela Fontaine Noblesse toda em ouro e platina, foi com ela que você assinou o seu primeiro contrato com o governo, lembra? Como festejamos nessa noite! Já fomos muito felizes. Por isso jamais eu poderia me desfazer dessa caneta, é como uma parte de você que ainda trago junto de mim.
Acho melhor refrescar a sua memória, antes que você venha querer me acusar de ter roubado a caneta junto com as preciosas joias de sua mãe. Essa caneta você me deu, é minha. Lembra de quando um de seus amigos do governo lhe presenteou com a Fontaine Royale toda em platina cravejada de diamantes que vocês usaram para assinar o seu enésimo contrato? Então, a caneta velha você deu para mim, depois que deixei você me defenestrar por trás pela primeira vez. Lembra disso, seu taradinho? Ainda sinto meu corpo em brasa quando penso nesse dia. Bons tempos...
Achei de uma infantilidade terrível você ter mandado cancelar todos os meus cartões de crédito. Você está sendo cruel. E infantil, pois está sendo cruel de um jeito que só as crianças são capazes. Como espera que eu sobreviva sozinha em plena primavera de Paris, sem recursos nem amigos? Você não é assim, Fernando. Ninguém no mundo melhor que eu pode dizer que você tem muitos defeitos, mas entre eles não está a mesquinhez. Você sempre foi um homem muito generoso. Foi o que primeiro me fez apaixonar por você. Agora pense em como essa atitude sua pode trazer repercussões negativas para você mesmo. As pessoas comentam, sabia? A esposa de Fernando Albucassis Figueiroa precisando depender da caridade de estranhos numa terra estranha... Deus permita que esse dia nunca chegue!
Até porque foi Deus que nos uniu no sagrado e indissolúvel sacramento do matrimônio, uma vez que estou refrescando sua memória é sempre bom lembrar disso. O maior sonho de minha vida sempre foi casar na igreja, de véu e grinalda, e você foi o homem que me proporcionou essa felicidade, Fernando. Sou sua esposa fiel diante de Deus e dos homens. Até que a morte nos separe.
Sei que também errei com você, e não foi pouco, mas foi sempre tentando acertar. Tudo o que fiz foi por amar você demais. Nem eu mesma entendo esse amor, é como se eu amasse você mais até do que a mim mesma. Daria minha vida por você sem pensar. Foi por isso que precisei fugir.
Eu não estava mais suportando as nossas brigas. Tantas agressões e xingamentos, palavras que eu jamais esperaria ouvir saindo de sua boca, Fernando, tudo isso estava me magoando muito, me ferindo lá no fundo. Você ainda teve seus dois enfartes, sua pressão alta. Eu não, estava ficando doente é na alma. O seu ciúme estava me matando aos poucos.
Quantas vezes vou precisar repetir, meu amor, que o que aconteceu com seu irmão foi um mero acidente? Só aconteceu porque nós dois estávamos bêbados e nos encontramos por coincidência na casa de barcos. Simplesmente escolhemos o mesmo lugar para nos esconder durante aquela festa interminável que você deu para a Jacob-White. Eu sei que significava muito para você e tudo, meu bem, mas concorde comigo que essa foi uma das festas mais chatas de todos os tempos. Se você precisa culpar alguém, só pode ser o gerente da Jacob-White, com suas duas horas de discurso em inglês ainda por cima. Para ajudar o tempo a passar comecei a beber, e quando finalmente consegui escapar para a casa de barcos, já havia bebido tanto que pensei que o Rodolfo fosse você, meu amor, eu juro! Não sei o que ele pensou, até porque nunca tocamos no assunto. Das outras vezes que aconteceu foi como uma espécie de hábito que foi criado, algo totalmente sem significado. Nunca teve a menor importância nem para mim nem para o seu irmão. Não precisa ter importância para você também, Fernando, é só você decidir que sim.
Sobre aquele seu assessor que você acabou mandando embora por fraude, o Linauro Paulo, ele só fez confirmar que não prestava mesmo. Sinto muita raiva ao pensar na audácia desse sujeito. Depois de ser demitido por justa causa, ter a coragem de ligar para contar obscenidades sobre a esposa do ex-patrão. Eu sinto raiva, mas é de mim mesma, por ter caído na lábia desse vagabundo. Esse é o meu ponto fraco, a compaixão. Essa coisa de querer ser a mãezona do mundo. O Linauro Paulo fez esse lado maternal aflorar, essa foi a minha fraqueza, sempre tentando ajudar. Eu senti pena dele, sabia? Havia um desespero tão grande no modo dele querer se apossar de tudo que fosse seu, Fernando, que chegava a ser patético. A inveja também é uma espécie de amor.
Foi por isso que cometi o erro de permitir que ele se aproximasse, por pena. Nunca passou disso. E também não fizemos essas coisas todas que você disse que ele disse ao telefone. Tem muito exagero aí, não sei se dele ou seu. O Linauro Paulo nunca chegou a me defenestrar por trás, por exemplo. Foi só uma vez e mesmo assim só o começo, porque devido ao tamanho dele eu gritei de dor até fazer ele parar. Veja você que esse ordinário só nos fez sofrer a nós dois, meu amor, melhor esquecê-lo de uma vez. Não vamos mais perder nosso precioso tempo de vida discutindo sobre o Linauro Paulo. Decidi falar desse assunto aqui justamente para esclarecer tudo e para que nunca mais você precise me fazer outra pergunta a respeito, está bem?
A viagem de navio foi uma recomendação médica. Tony, meu psiquiatra, praticamente me ordenou que fizesse esse cruzeiro, por conta da variedade de terapias alternativas oferecidas a bordo. Eu não embarquei em um navio turístico qualquer. Toda a programação do cruzeiro era voltada para os mentalmente estafados e para os traumatizados psicologicamente. Meu próprio psiquiatra me convidou para ir, o que eu podia fazer? Quem deseja a cura tem que seguir a orientação médica. Não contei nada a você, pois sei que nunca iria concordar. Mas eu precisava ir, Fernando, por nós dois. Ainda mais depois de nossa última briga. Eu precisava me curar primeiro, para poder cuidar de você. Foi por isso que embarquei nesse bendito cruzeiro para Paris.
Levei as joias comigo por um impulso. Sabe como detesto viajar sem dinheiro vivo, e dessa vez não adiantaria pedir a você. Mas eu não pretendia levar as joias de sua mãe. Tomei um susto quando abri o cofre. Esperava encontrar muito mais dólares ali. O que foi que você andou fazendo com o nosso dinheiro? Quanto às joias, não eram tão preciosas afinal. Tive que vendê-las no meio da viagem, imagine o sufoco. Por uma sorte incrível conheci uma pessoa que me ajudou a fazer a transação, justamente um especialista em pedras preciosas. É verdade que ele me ajudou em troca de uma comissão nada amigável, mas enfim, as joias valiam muito pouco. Tudo artigo de terceira categoria, rendeu uma mixaria que quase não bastava para chegar até o fim da viagem com um mínimo de conforto. E pensar que você enchia a boca quando falava das joias de sua mãe, que Deus a conserve em bom lugar.
Sobre esse vídeo que supostamente foi gravado durante o cruzeiro que acabou indo parar na Internet, não faço a menor ideia de como isso foi filmado. Eu nunca teria concordado em ser filmada daquele jeito, Fernando, mas nunca mesmo. Você sabe disso, pois jamais permiti que você filmasse nossa intimidade. Ainda mais em uma cena assim, com três de uma vez. Só se algum miserável filmou escondido com a câmera do celular. Mas saiba que assisti com muito cuidado esse vídeo que você me enviou, naquele e-mail cheio de amabilidades, para não dizer o contrário. Vi que não temos o menor motivo para preocupação com essa besteira, meu amor. Durante o filme todo, só há dois breves momentos em que a câmera mostra bem o rosto da mulher. Da primeira vez, na cena da tripla penetração, as feições da mulher estão irreconhecíveis, distorcidas pelos gemidos de gozo, totalmente diferentes de seu semblante habitual. E da segunda vez quase não dá para ver o rosto da mulher com todos aqueles pênis enormes na frente, e depois é como se o seu rosto estivesse coberto por uma máscara branca. Ou seja, não tem como me reconhecer ali. A não ser que seja alguém que me conheça desse jeito, na intimidade, não dá para dizer com certeza se sou ou não eu no vídeo. E as pessoas que me conhecem desse jeito são pouquíssimas, comparado ao tanto de gente que usa a Internet, não é? Esse é outro assunto que deveríamos esquecer completamente, que não merece ser mais um motivo de briga para nós.
Sei que você também aprontou e muito, pensa que eu não sei? Mas isso tudo são ninharias diante da grandiosidade do sentimento que nos une, meu amor, quero tanto que você perceba isso! Vamos viver esse amor enquanto há tempo!
Você deve estar achando estranho eu ter falado tanto de caneta no começo da carta e você estar recebendo estas palavras por e-mail. A verdade é que comecei a escrever a carta naquele dia, mas não fui até o fim. Você sabe como é difícil para mim terminar as coisas. Continuei a escrever nos dias seguintes, mas logo tive que vender a caneta para comprar a viagem de volta em um voo na classe econômica. Vim passar uns dias na casa daquela tia minha no subúrbio. É um horror para mim ter que retornar a esse cenário. Você não imagina as barbaridades que tive de ouvir de minha tia só porque ousei sugerir a ela que comprasse um pouco de patê de foie gras para o nosso desjejum! Ela me chamou de esnobe, mas eu não sou assim. Apenas me acostumei com o melhor. E é por isso que não desisto de você, Fernando, nunca.
Não achei certo continuar a carta com outra caneta qualquer. Seria muito deprimente começar com uma Fontaine Noblesse e chegar ao fim com uma pic ordinária de plástico. Melhor digitar tudo o que eu havia escrito no papel e enviar por e-mail, não é mesmo? Não há mal nenhum em combinar o amor com um pouco de senso prático.
Outra coisa que você talvez estranhe um pouco é o fato do e-mail estar indo com cópia para o andrebulhoes@adv.com.br. Não dê importância a isso, meu bem. O André é meu advogado e aceitei a sugestão dele de nos ajudar como mediador nesse momento. Pode falar à vontade com o André, confio muito nele. É o único homem de quem eu não escondo nada. Além de você, Fernando, é claro.
Beijos de sua esposa que está com muitas saudades e espera ansiosamente a sua resposta, viu?
Para sempre você será meu eterno amor!
FÁBIO SHIVA,POETA,ATOR,MÚSICO,ESCRITOR,SUA PRESENÇA ENCHE DE MÚSICA E ALEGRIA NOSSA SELETA.





                                                                                      GUACIRA MACIEL

Guacira Maciel nasceu em Salvador-Bahia; é Licenciada em Arte UFBA) e Bacharel em Biblioteconomia e Comunicação (UFBA); é Pós graduada em Língua Portuguesa;  vários cursos de arte no Parque Laje (RJ); cursos de Literatura na Casa da Leitura (RJ); e recebeu o título de "Doctor Honoris Causa" da Univ. Corporativa das Américas/Fundação Ibero Americana. Trabalhou com projetos de Educação na UNESCO.
 É membro da REBRA (Rede de Escritoras Brasileiras) www.rebra.org/escritora/escritora_ptbr.php?id=1793 ;
Colaboradora do Juonal ITEIA www.iteia.org.br/guaciramaciel
E da www.revistavaraldobrasil.org   (Editada na Suiça).
Escreve poemas, crônicas, ensaios e ocupa-se agora em escrever um romance ambientado na Chapada Diamantina-Bahia, "Cruz do meu Rosário; um amor na Chapada Diamantina". Na área de Educação, onde atua profissionalmente, escreve sobre sua experiência na Educação Básica do Estado.
Tem dois livros publicados; "Poesia em Verso e Prosa", lançado na IX Bienal Internacional do Livro da Bahia em 2010 (Editora Litteris/Quártica, edição esgotada); e na área de Educação, "A Importância da Arte na Aprendizagem; textos ressonantes"; também sobre Educação, mas com textos literários, que pode ser adquirido através da www.Bookess.com  ; trabalho "A Educação nos Futuros Cenários da América Latina", publicado virtualmente pela "Save the Children - Suécia". Além desses, já participou de várias Coletâneas, e tem um ensaio " Tributo à VanGogh" classificado em 1º lugar  pela EDC-Publicações/Universidade Corporativa das Américas.
Representou a Educação do seu estado no Grupo de Elaboração de Políticas Públicas para a Inclusão da Diversidade Étnico Racial junto à Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, deu vários cursos sobre a inclusão da Cultura  Africana e de Afrodescendentes na Educação Básica da Bahia, coordenou cursos para a Inclusão da Diversidade Étnico Cultural, numa parceria do estado da Bahia/MEC/SECAD (Ministério da Educação), um curso para professores do Estado, em parceria com a UNB (Universidade Nacional de Brasília), e também deu outros cursos através de trabalhos de consultoria.
Escreve em um espaço cultural em Portugal, www.escritartes.com , através do qual, já participou de duas Coletâneas, editadas em parceria com a Editora Mosaico de Palavras, do Porto. Tem um Blog, www.gpoetica.blogspot.com, classificado entre os 100 melhores blogues de Arte e Cultura da WEB, em 2011.
Atualmente, está preparando uma coletânea de crônicas e textos: Crônicas e subjetividades” e escrevendo o romance já referido, ambientado na Chapada Diamantina, no período da lavra do diamante; uma trabalho de pesquisa, inserido na história e na cultura da região, incluindo seu rico imaginário, recheado de "causos"  sobre os coroneis e da sua política como um regime paralelo à recém instaurada República, e de histórias do mundo  das crenças e do sobrenatural.
                        UM TEXTO DE GUACIRA MACIEL

Só de brincadeirinha vou fingir que te verei amanhã; vou fingir que nada mudou e que ainda estás ao alcance dos meus abraços... depois, vou planejar o meu dia tentando não pensar. Vou viver cada minuto dessas 24 horas tentando fingir que nada mudou e esperando a hora de te ver, como todos os dias, após o término das nossas lutas diárias, há tantos anos...quantos? nem lembro mais...parece que são milhares deles; algumas encarnações... Mas houve um imprevisto, creio, e à hora de sempre tu não estavas lá. Mas ainda acho que vou dormir dentro dos teus braços, foi só um pequeno atraso...e chegarás de mansinho, com cuidado para não me acordar, deitarás ao meu lado e passarás a perna esquerda sobre mim como fazes todas as noites; a tua perna pesa sobre o meu ventre e sinto vir à tona um calor que me sufoca e quase me consome, e se alastra fazendo crescer a labareda imortal que há entre nós. Mal penso em ti me sinto quase incapaz de controlar esse sentimento profano e inexplicavelmente sagrado. Sinto uma vontade quase irreprimível de te tocar, mas ressonas tão entregue e tranquilo que não consigo te acordar, e penso...penso que não tenho o direito de invadir a tua placidez quase inocente, e me deixas presa sob tua perna esquerda como se tivesses medo que eu pudesse fugir... Durmo aconchegada ao teu lado direito como se teus braços fossem asas a me abrigar; parecemos ter apenas um unico tronco tão unidos adormecemos...Então, abro os olhos de manhã, preocupada com o horário do trabalho e não te vejo, prendendo-me com tua perna esquerda...
Não chegaste? onde foste? deixei-te um bilhete; tu o leste? o sono me abateu antes que tivesses chegado...que pena, nem percebi o teu abraço e o aconchego do peso da tua perna...

P.S. Então, nos veremos amanhã para o café?





                                                                                     ISABEL VARGAS


                                                                                               





Isabel C S Vargas - Professora, advogada, jornalista, aposentada do serviço pública, Especialista em Linguagens, escritora (contos, crônicas, poesia).Participante de cerca de duas centenas de livros, além de revistas literárias impressas. Participa de vários sites no Brasil e em Portugal além de participar do Varal do Brasil. Várias premiações entre elas a publicação de livro solo Pedaços de Mim.  E-book Orvalho da Alma além de outros em conjunto com outros autores. Membro dos Poetas del Mundo, da AVSPE, dos Confrades da Poesia, do Portal CEN, do Portal FENIX, da BVEC. Embaixadora do Círculo Universal dos Embaixadores da Paz, Acadêmica Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni  - ALTO, a assumir como Acadêmica Correspondente da ALAF.





                        

Como Alice


Estou caindo no buraco




Descobrindo sensações




Explorando territórios




Ora me surpreendo




Com minha pequenez




Diante do inesperado




Outras, assusto-me




Com o tamanho das fendas 




Sulcadas em meu interior.




Procuro atalhos




Para tentar sobreviver


Descubro 



Que mesmo encontrando saída



Jamais voltarei ao meu lugar.









IVONE SOLL


Ivone Alves Sol é oriunda de Valente BA, residiu em Salvador durante 23 anos e hoje mora em Petrópolis, RJ.  É escritora, poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia, Membro do Comitê Executivo de Autores da Câmara Bahiana do Livro e presta serviço de assessoria ao Projeto Alma Brasileira. É professora, atuou com locutora em rádios AM, FM e LM, e foi Presidente da ARCOBA (associação de Rádios Comunitárias da Bahia) durante seis anos. É coautora de quatro livros de poesias e um de contos, e autora do livro de poesias SOLvendo Sentidos, já na segunda edição. Dispõe de mais de 1.000 trabalhos, distribuídos nos diversos gêneros da literatura, publicados em saites e blogs literários.








SERENA EXPLOSÃO
Para Miriam Sales

Diz-me da fonte que jorra em teus dias

Da beleza implícita na flor em botão
Que rebenta nos campos da poesia
Que sucede da tua alegria, feito canção

Conta-me dos anos que passam

Enquanto tu vives
Da criança que realça
Os teus matizes

Porque és encanto

E em todos os cantos te cantam...
Enquanto dançam as nuvens
Nos empíreos que te alcançam

És tempestuosamente bonança

Serena explosão de vigor
Esplendor que dimana

Da essência frenética do amor

Deixa que passe os anos

Que os dias sigam seu curso
Tu não passas, e teu encanto
Esparge a vida e é profundo

Ivone Alves Sol

MINHA QUERIDA AMIGA  CHEIA DE SOLL,SUA PRESENÇA ILUMINA E AQUECE NOSSA SELETA.





IZABELLE VALADARES



Nascida em 13 de maio de 1975, autora de diversos livros, Izabelle Valladares, escreve de forma simples, com ênfase no regionalismo, e com forte tendência a realidade de finais infelizes; Com livros publicados em Português, Espanhol, Inglês, Francês, encontra na literatura uma forma de expressar sentimentos, extravasar emoções , gosta que seus textos sejam borbulhantes para a nossa inteligência e estimulante ao espírito. Herdou do avô, o jornalista Antônio Andrade, ganhador do prêmio Esso de 1967, do qual é curadora com muito orgulho, o amor pelas artes. Autora dos romances: A cúpula das vaidades, O regresso de Atlântida, Ecstasy, do livro de humor, Quem disse que só fazemos amor? 1 e 2, dos livros infantis Heitor Flexter, o menino herói, A viagem mágica de Bia e Dora, A viagem da chuva, Crônicas de Tartan,Heitor Flexter, o menino Herói 1 e 2, Mamãe, o que é preconceito? e Deus visita o sertão. Além de participar e organizar dezenas de antologias. Seu documentário , Os maiores crimes de todos os tempos, escrito em co-autoria, ganhou o prêmio Interarte 2011 de melhor documentário criminal do ano de 2011 da Academia de letras de Goiás. Hoje é presidente da Literarte- Associação Internacional de Escritores e Artistas e Presidente da Delegação Brasileira da Alav- Academia de Letras Y Artes de Valparaíso - Chile

FRAGMENTO DO TEXTO DE IZABELLE VALADARES PARA A SELETA

LER PARA CRER

“Pai nosso que estás no céu, santificado seja o
vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa
vontade, assim na Terra como no céu. O pão nosso de
cada dia nos dai hoje, perdoai as nossas ofensas, assim
como perdoamos a quem nos tem ofendido...”
Assim começava diariamente a rotina da família
Cândido. Antes de o pai trabalhar, às 6h da
manhã, a família reunia-se em frente à imagem
do altíssimo para rezar o “Pai Nosso”. Rotina cansativa,
principalmente para os filhos... 

IZABELLE VALADARES POR TUDO QUE O SEU NOME REPRESENTA PARA O MOVIMENTO LITERÁRIO BRASILEIRO,BEM VINDA Á NOSSA SELETA!




                                JACQUELINE AISENMAN




Nascida em Laguna, Santa Catarina, terra de pescadores e poetas, de heróis e guerreiros.  Sente-se um pouco de cada: pesca letras, escreve e edita um pouco de tudo, trava batalhas heroicas com a vida e, nestas guerras, muitas vezes sai vitoriosa… Noutras, apenas observa e aprende.   Viajante no corpo e na alma, Jacqueline viveu em Laguna, Curitiba, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Florianópolis e há mais de vinte anos aquietou-seem Genebra- Suíça, sua casa e pátria também.  clique aqui
Viajante no corpo e na alma, Jacqueline viveu em Laguna, Curitiba, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Florianópolis e há mais de vinte anos aquietou-seem Genebra- Suíça, sua casa e pátria também.   Foi Diretora dos Museus Anita Garibaldi e Casa de Anita em Laguna – SC onde instituiu pela primeira vez o pagamento de entradas para a instituição, criando os ingressos personalizados com obras de artistas plásticos da terra. Na mesma época fez a primeira grande reforma do Museu Anita Garibaldi, realizando um grande inventário de todo o acervo lá existente. Foi também Diretora do Departamento de Cultura da cidade onde implantou vários projetos culturais, entre eles o “Faça seu Próprio Livro”, que incentivava e ensinava a fazer livros artesanais. Realizou também projeto de longa pesquisa junto a pessoas de idade avançada no centro e no interior da cidade, numa tentativa de resgatar a memória de Laguna através de histórias contadas pelos seus cidadãos. Realizou várias exposições dos artistas plásticos, artesãos e escritores locais.clique aquiFoi colaboradora de jornaisem Santa Catarinacomo redatora e revisora. Foi fundadora e redatora do jornal “O Manifesto”, de curta, mas intensa vida.   Representante da REBRA (Rede de Escritoras Brasileiras na Suíça, Conselheira Internacional da LITERARTE, membro efetivo e correspondente de várias Academias de Letras. Membro do Grupo de Escritores Lagunenses Carrossel das Letras. Integra também a Sociedade Poetas del Mundo e o Cercle Universel des Ambassadeurs dela Paix. Estabelecidaem Genebra, Suíça, desde 1990, já publicou vários livros, voando solo eem bando. Seuslivros: Coracional, Poesia nos Bolsos, Entre os Morros da Minha Infância, Lata de Conserva, Palavras para o seu Coração e seu mais novo lançamento: Briga de Foice. Criou em 2009 e até o presente momento edita a revista literária eletrônica e o site Varal do Brasil fazendo uma ponte de palavras entre o continente europeu e o Brasil.   E-mail: varaldobrasil@gmail.comclique aqui

                                     TEXTO DE JACQUELINE AISENMAN



Não se preocupe com o pecado das letras e nem com a militar formação das frases. Escreva. Não busque os olhos críticos, tente encontrar os corações. Esqueça os títulos e as graduações, lembre do sentimento puro dos que muitas vezes nem são letrados. Escreva. Rime e brinque, crie, desconstrua, invente, seja poesia e faça poemas de vida. Escreva. Conte o seu dia, o momento do amigo, a saudade do pai. Escreva. Crie personagens, dê-lhes vida, conte histórias. Escreva. Mostre. O perigo não está em alguém não gostar do que você escreveu, nem no estilo, nem nos erros. O perigo está em você não deixar livre sua alma, está em se preocupar com o que os outros fazem, em pensar que existe melhor ou pior. Escreva. Seja você em cada linha, seja cada palavra, viva tudo o que escrever, seja na vida ou na imaginação. Viva. Escreva. 
E deixe as críticas para os que não tem nada a dizer... 
Texto original de autoria de Jacqueline Aisenman

JACQUELINE AISENMAN,PALADINA DA NOSSA CULTURA ,QUE LEVA A LITERATURA BRASILEIRA PARA O MUNDO, HOMENAGEM DOS CRIADORES DESTA SELETA.






                              JOSÉ RAMOS,O HOMEM QUE VEIO DE LONGE!...



JOSÉ ERNESTO PINTO RAMOS nasceu em 1946, no Porto, freguesia de Massarelos, mas sempre residiu em Vila Nova de Gaia, duas cidades contíguas, unidas por pontes, de arquitectura reconhecida, que transpõem o Rio Douro. 

Frequentava já o 1º ano do Instituto Comercial do Porto quando foi mobilizado para o serviço militar, em 1968. Destacado para Moçambique, Vila Cabral, distrito de Niassa,
  lá permaneceu dois anos,em clima de guerra. 

De regresso, entrou, em 1973,  no Banco Pinto & Sotto Mayor. donde se aposentou por doença. 

Casado, pai de dois filhos e com três netos, sempre se interessou por História, Mitologia, Religião, Pintura, Fotografia. Estes campos e a observação do mundo têm sido o alfobre da sua poesia, breve e concisa.


Lábios ávidos pra mais prazer! 

Beijos embriagam como absinto... 

Saliva doce faz enlouquecer. 



José Ramos 



Janeiro 2013


JOSÉ RAMOS,CIDADÃO DO PORTO,POETA QUE APORTA NESTAS TERRAS DE CABRAL,RECEBA NOSSA CONSIDERAÇÃO E AMIZADE.




                                                        MARIA ALICE LIMA FERREIRA






     Maria Alice Lima Ferreira nasceu na divisa do Estado do Rio com Minas Gerais, do lado mineiro, tendo sido registrada do outro lado. É, portanto, oficialmente fluminense e de fato e de coração, mineira.
     Cursou a faculdade de Literatura (Português - Literaturas), na Faculdade de Literatura, Ciências e Letras de Volta Redonda, RJ.
     É professora aposentada, pela Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro, em Volta Redonda, RJ
    Tem dois livros solos publicados – “Vale Azul” e “Retornando ao Vale Azul” e participações em várias antologias, com contos e crônicas, sendo algumas delas bilíngües.
     É acadêmica correspondente da ANBA (Academia Niteroiense de Belas Artes), da qual recebeu os Diplomas Revelação e Destaque, como escritora, em 2011 e 2012.
    Seu 3º livro solo  - “Em Busca do Amanhã” está aguardando patrocínio, para ser publicado.
    Atualmente, Maria Alice Lima Ferreira reside em Estrela Dalva, sua terra natal, onde  se dedica a escrever.


FRAGMENTOS DO TEXTO DE MARIA ALICE LIMA FERREIRA PARA A SELETA

                                                                A AVAREZA


  Hoje eu encaro a avareza como o assombroso pecado do Capitalismo. O nome já diz: pecado capital. Tenho horror à avareza e vejo, pra meu desgosto, que grandes grupos privados e públicos, no Brasil e no mundo, só querem fazer crescer o seu “bolo”, em detrimento de uma classe trabalhadora, cuja força de trabalho é sempre vendida, para eles, a preço de banana.
  Não sei quando a avareza entrou no mundo, mas sei que ela causa muitos danos a muitos, enquanto beneficia uma minoria exploradora....

MARIA ALICE,QUE TROUXE SEU TALENTO,EXPERIÊNCIA  PARA NOSSA SELETA.
BEM VINDA!



                                          MARIA LUIZA VARGAS,MALU VARGAS ,DE ALEGRETE 




Maria Luiza Vargas Ramos nasceu em Alegrete-RS, em 09 de novembro de 1952. Formada em Letras, fez Mestrado em Literatura Brasileira na UFSC e Doutorado na UFRGS, defendendo teses sobre a Dramaturgia de Nelson Rodrigues. Tem dois livros de crônicas publicados – “Gazeteando” e “Simplesmente Maria” – e participou de diversas antologias literárias. Mora em Florianópolis-SC e escreve regularmente no blog “Simplesmente Maria” – http://cinquentinhas.blogspot.com.



COMUNICAÇÃO VIRTUAL


É batendo várias vezes na mesma tecla que a gente aprende a tocar piano.
          Que mal há em voltar ao mesmo assunto de vez em quando?
          Afinal, estamos dentro do famoso "mundo virtual", aquele que aproxima as pessoas, entretém, informa, atualiza e mil outras coisas.
          À primeira vista é isso mesmo que acontece. Neste monitor consegui rever amigos  dos quais não tinha mais a menor idéia, conhecer seus filhos, seus netos, suas casas e até seus cachorros e gatos.
         Soube da formatura de ex-alunos, do sucesso de ex-colegas, do paradeiro de ex-amores.
         Conheci os amigos e as namoradas dos meus filhos e pude conhecê-los mais a fundo do que se me tivessem sido apresentados.
         É claro que nesses sites de relacionamento quase todos colocam só o seu melhor, entretanto, para quem sabe ler entrelinhas muita coisa pode vir à tona.

Concluída a apologia, passemos às críticas.
         Nem tudo pode ser dito abertamente nas páginas dos perfis sociais, pois há muitos pares de olhos, nem sempre bem intencionados, nem sempre amigos. Portanto, não seria razão suficiente para esquecermos os e-mails, as cartas, as mensagens, enfim, a comunicação pessoal, particular e verdadeira entre os amigos.
Geralmente, quando abro minha caixa de mensagens, encontro muito lixo eletrônico, algumas propagandas de lojas, vários encaminhamentos (com os endereços todos a descoberto) e raramente uma cartinha pessoal. Claro que existem coisas interessantes, ou engraçadas, ou raras, ou emocionantes, mas são exceções. Eu adoraria que meus amigos me enviassem só essas coisas raras e que as lojas esperassem que eu as acessasse quando quisesse comprar alguma coisa.
         Então, que comunicação é essa?!
        Tenho tido muitos leitores aqui no blog e, como sempre, poucos comentários. As tais "letrinhas" dificultam um pouco. Mas alguns conseguem postar seus comentários, outros tentam pouco, há os que preferem comentar no FB, os que lêem, mas não gostam de comentar e todos são por mim respeitados.

 Agora, logo que ingressei neste mundo, há mais de dez anos, eu não dava conta de tanto escrever e responder e-mails. Ficava maravilhada!
         O mesmo sucede com os blogs. É preciso que os textos contenham alguma coisa que fique, que mexa com sua cabeça em algum sentido, que lhe provoque alguma reação; caso contrário, haja tempo para ler tanta coisa!
         O Orkut foi quase abandonado, porque pra brincar de fazendinha deveria haver um site específico.
         O Twiter é pouco demais para mim. Não consigo imaginar que alguém tenha interesse numa frase dita por outro, a não ser que este outro seja realmente genial (ou global).
          O Facebook, se não inchar demais, ainda é o que mais uso.
          Aqui é a minha casa virtual. Quem não me visitar aqui não me conhece, nem procura me conhecer. Porque aqui a alma precisa falar e não bastam sorrisos ou olhares para estabelecermos uma comunicação.    




MALU VARGAS,QUE VEIO DO SUL TRAZENDO ALEGRIA E BELO TEXTO PARA ENRIQUECER ESTA SELETA,SEJA BEM VINDA! ESTA SELETA






CONTINUAREMOS APRESENTANDO NOSSOS PECADORES EMPEDERNIDOS NA PRÓXIMA PÁGINA,Nº III





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